sábado, 24 de novembro de 2007


O RATINHO MUSICAL


Meu quarto é um violino,


a minha rua um piano junto


ao largo do tambor


é que eu moro todo o ano.



Minha escada é uma harpa,


nos pratos da bateria vou


sempre matar a fome,


seja noite ou seja dia.



Para andar de carrossel


eu ponho um disco a girar.


Bato-lhe com a batuta se


um gato me vem caçar.



Para namorar as ratinhas


canto lindos madrigais


e em vez de notas de


banco uso notas musicais.



Luísa Ducla Soares, A Gata Tareca e Outros Poemas Levados da Breca


XADREZ


É branca a gata gatinha,

É branca como a farinha.


É preto o gato gatão,

É preto como o carvão.


Os filhos, gatos gatinhos,

São todos aos quadradinhos.


Os gatinhos branquinhos

Fazem lembrar a mãe gatinha,

Que é branca como a farinha.

Os quadradinhos pretinhos

Fazem lembrar o pai gatão,

Que é negro como o carvão.


Se é branca a gata gatinha

E é preto o gato gatão,

Como é que são os gatinhos?


- Os gatinhos, eles são,

São todos aos quadradinhos


Poema de: Sidónio Muralha

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Leilão de jardim
de Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)



Vinicius de Moraes


A Casa
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.
Canção da Leonoreta


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Borboleta, borboleta,
flor do ar,
onde vais, que não me leva?
Onde vais tu, Leonoreta?

Vou ao rio, e tenho pressa,
não te ponhas no caminho.
Vou ver o jacarandá,
que já deve estar florido.
Leonoreta, Leonoreta,
que não me levas contigo...

Poema de
Eugénio de Andrade