A canoa virou Por deixá-la virar, Foi por causa da Maria Que não soube remar
Siriri pra cá, Siriri pra lá, Maria é velha E quer casar
Se eu fosse um peixinho E soubesse nadar, Eu tirava a Maria Lá do fundo do mar
A Formiguinha
A formiguinha coitadinha cansada de trabalhar carregava sua folhinha só pensava em descansar...
Ao chegar no formigueiro encontrou um tremendo bafafá suas irmãzinhas temiam o traiçoeiro tamanduá...
A formiguinha correu ligeiro e a folhinha carregou achou um novo formigueiro onde a depositou...
Era um formigueiro protegido perto de um rio corrente o tamanduá temido ali não seria valente...
Penou o dia inteiro e resolveu descansar com um doce açucareiro pôs-se a sonhar!
Sua vida trabalhosa era dura e azêda sonhava com os doces da roça na casa da Dona Lêda...
Lá entre potes de goiabada viveu anos esquecida até ser expulsa, coitada, culpa do inseticida !
Lambuzou-se com o mel de sonhos açucarados acordou e olhou ao léu lembrando do pesado...
Lá se foi a formiguinha para mais uma batalha mesmo pequenininha diariamente trabalha...
Sua vida é assim e esperta ela olha procurando entre capins encontrar suas folhas...
Quando chegar o frio Ela terá sua comida e perto do leito rio estará protegida...
A forminguinha sabe que o inverno não custa a tardar e de seu trabalho eterno irá se beneficiar !
(Angela Bretas)
sábado, 1 de dezembro de 2007
João de Deus Souto Filho
O sol
Tenho um Sol só meu Feito de sonho e magia, De cor amarela E jeito engraçado : - Quando é dia Ele sorri e me espia. - Quando é noite Ele dorme e se esfria.
(recolhido do livro “Na Ponta Da Pena”)
Cecília Meireles
A pombinha da mata
Três meninos na mata ouviram uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com fome", disse o primeiro, "e não tem nada para comer."
Três meninos na mata ouviram uma pombinha carpir.
"Eu acho que ela ficou presa", disse o segundo, "e não sabe como fugir."
Três meninos na mata ouviram uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com saudade", disse o terceiro, "e com certeza vai morrer."
A porta
Eu sou feita de madeira Madeira, matéria morta Mas não há coisa no mundo Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de supetão Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente Que diz (a mim bem me importa...) Que se uma pessoa é burra É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente! Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Fecho tudo nesse mundo Só vivo aberta no céu!
in Poesia completa e prosa: "Poemas infantis" in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"
Brincar de fazer versos também dá poesia. Jogar com as palavras é criar movimento e fazer os sons mudarem de lugar, subirem e descerem, terem muita pressa e depois calma. Ler o poema é entrar nesse jogo e driblar o poeta, descobrindo mil sentidos escondidos.